Dos
tempos mais remotos à idade de Lívio Andronico (até 240 a.C.).
Não
podemos considerar como pertencente à literatura propriamente dita o
pouco que existe deste período. São fragmentos escassos, alguns em
prosa, outros em verso, interessantes somente pelo aspecto glotológico.
Resíduos
literários em forma métrica foram composto no verso chamado
Saturnino, metro muito antigo, por muito tempo em uso popular dos
romanos, depois de se tornarem familiares aos metros gregos. Cada
verso Saturnino se divide em duas partes, tendo cada uma um ritmo
diferente. Não há concordância dos estudiosos sobre as regras que
regiam a sua formação.” Dabunt malum Metelli Naévio poetae”.
Os
mais antigos traços de literatura poética consistem numa espécie de
poesia religiosa, isto é, em orações ou formulas deprecatórias
dirigidas a alguma divindade. Os que chegaram até nós são:
1)
o carmen Saliorum
2)
o carmen Fratum
3)
os carminas Vatum
4)
as formas rituais contidas nas “Tabulae Eugubinae”
Produções
sem caráter religioso, os “ carmina convivalia, triunphalia, as
neniae,” etc.
Outras
tentativas poéticas dos primitivos romanos têm o caráter de
representações cênicas ou dramáticas. São os “Fescennini
Versus”, as “Fabulae Attelanae”, e as “Saturae”.
RESÍDUOS
LITERÁRIOS EM PROSA
A
prosa entre os romanos foi desenvolvida depois da poesia, e não se
conhece nenhum escrito até o fim deste período. O que se conhece dos
séculos anteriores, se reduz a simples crônicas, listas de
magistrados e sacerdotes, tratados com os povos limítrofes e leis.
Mas
de quem terão aprendido a arte de escrever os romanos? Admite-se que
tenham aprendido dos gregos estabelecidos na Itália Meridional e na
Sicília.
O
primeiro trabalho em prosa deve-se considerar uma oração de Ápio Cláudio
Ceco, pronunciada por ele no senado em 280 a.C..
Quanto
ao que foi escrito antes desta data, temos notícias de:
1)
Annales Maximi ou Annales Pontificum (Anais dos pontífices).
2)
Commentarii magistratuun ou libri lintei, porque eram escritos
em panos de linho.
3)
Privata monumenta, crônicas de famílias privadas, e às vezes
de interesse público, e para os discursos fúnebres as Laudationes.
4)
Tratados, entre os quais se distinguem os concluídos com
Cartago, Porsena, reis dos etruscos, etc.
5)
Lages regide, ordens e decisões dos reis de Roma recolhidas
por Sexto Papírio (Jus Papírianum).
6)
Leis das doze tábuas.
Legis
actiones (Jus Flavianum), recolhidas por Gneo Flávio. |